Foda-se, foda-se e foda-se. Desculpem la, mas tem que ser... Ja que nao posso dar dois berros. Apetece-me chorar, berrar, gritar, espernear, e so nao o faço porque estou no meu local de trabalho... e ja dei dois berros ao telefone.
Chego a conclusao de que nao adianta ser uma cidada exemplar, trabalhar, estudar, pagar impostos, pagar as contas a tempo e horas, nao arranjar problemas com ninguém, nao conduzir alcoolizada, ter aprendido esta lingua de cao em tres anos e fala-la como falo a minha lingua materna, esforçar-me por me integrar neste pais. No final, sou e serei sempre uma intrusa. Os vossos sorrisos nao me enganam, porque as vossas acçoes dizem tudo. E que acçoes sao essas? Neste momento nenhuma!
Ja passou uma semana, o cabrao do velho ainda nem sequer participou ao seguro o que aconteceu, e o meu seguro nem um filho da p*ta de um carro me pode dar. A minha vida é forçada a parar. As aulas na faculdade e na escola de navegaçao tem que ficar em stand-by, e o trabalho é a unica coisa que ainda posso fazer, visto que os meus horarios, distancias a percorrer e picos de transito estavam controladissimos de modo a poder conciliar tudo.
Nao entendo, nao percebo! Estava bebedo, podiamos ter morrido, fodeu-me o carro, e o que fazem? Nada!
Mas uma coisa que eles nao sabem... eu sou fodida para caralho. E hoje quando sair daqui, vou a policia e quero que me esclareçam TUDO. E o seguro, é bom que se mexa das pernas. Ja levaram hoje na cabeça, e tenciono mexer os cordelinhos para que tudo se resolva rapido, senao vao ver a cabra que ha em mim.
Sinto-me injustiçada. E capaz de comer alguém vivo. E começo pelas orelhas.