Este post é dedicado a minha amiga "Miss you everyday" porque sei que ela gosta... beijinho para ti querida, e espero que esteja tudo bem ! :)
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6 de Novembro de 2005
Depois da tempestade de ontem, o dia acordou solarengo e eu com uma preguiça incrivel…
A minha vontade era ficar a dormir até as duas da tarde, mas não podia. O Vasco esperava-me para lhe explicar mais algumas coisas sobre o funcionamento da empresa.
Fui tomar um duche. Enquanto escovava os dentes, perdi algum tempo a olhar para o meu reflexo no espelho… Ja ha tanto tempo que nao o fazia… Passei a mão pela testa, puxei os cabelos ruivos para tras, e examinei as minhas sardas… Os meus olhos ja não eram de um verde-vivo como outrora, o meu cabelo laranja começava a fugir para o loiro. O meu rosto, em tempos redondinho, era agora magro com algumas rugas. Não me reconheço. As lágrimas quase saltaram, mas eu convenci-me que era uma alergia subita ao creme hidratante. Pensei em ti, mais uma vez… Lembrei-me dos teus olhos azuis, sempre tão vivos, sempre tão meigos… a raiva apoderou-se de mim e dei um murro no espelho com semelhante força, que o parti e fiquei com a mão a sangrar. « Sou uma assassina » -pensei eu. « Não tenho direito a viver ! »
Fui nua até ao quarto e deitei-me na cama. Não sei quanto tempo chorei, mas pareceu-me muito e ao mesmo tempo, pouco…
O teu aniversário seria daqui a dois dias e o máximo que posso fazer é deixar umas flores no teu tumulo. Perdoas-me, Ricardo ? Por favor ? Eu amo-te…
Quando cheguei ao escritorio, o Vasco esperava-me. Um sorriso tentador deu-me os bons dias. Perguntou-me se não queria tomar um café antes de começarmos a trabalhar . Eu disse que sim. Apetecia-me desesperadamente um cigarro.
Sentamo-nos na cafetaria. Ele era simplesmente lindo. Aquele sorriso punha-me a flutuar.
Falou-me da sua vida, de ja ter sido casado, de nao ter filhos, de viajar constantemente.
Eu nao falei da minha mas ele também nao perguntou.
Ja eram quase cinco da tarde quando voltou à minha sala. Bateu à porta e entrou:
- Sabes Sofia, estive a pensar, e se tivesses tempo poderiamos ir jantar… sei la, foi so uma ideia… - sugeriu timidamente.
Apanhou-me desprevenida. Nao sei explicar o que pensei, mas so tu vieste a minha mente e pensei que nao poderia ir… indo iria trair a tua lembrança, porque eu nao mereço ser feliz depois do que te fiz.